Três pontos: O que significará fechar 2015 no vermelho para o Brasil. 2° Parte
- Fonte:
- 27 de out. de 2015
- 2 min de leitura

Fonte Imagem: https://www.google.com.br/search?q=taxa+de+juros+alta&espv=2&biw=1280&bih=879&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAmoVChMI-9OylOfjyAIVSck-Ch2GOwpK#imgrc=n5DUhUMX14PegM%3A
2. Armadilha da conta de juros
Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, embora a queda na arrecadação deva fazer um "barulho" nos mercados, o que mais preocupa na atual situação fiscal brasileira é os custos relacionados à dívida e às despesas financeiras do governo, que também vêm crescendo.
Ou seja, o governo precisa ganhar mais do que gasta para pagar os juros da dívida e outras despesas financeiras, mas o problema é que não só está arrecadando menos como essa conta de juros está crescendo de forma acelerada.
"De janeiro a agosto já tivemos um aumento de cerca de 100% na conta de juros, que chegou a um total de R$ 338 bilhões", diz Perfeito.
A alta, segundo o economista da Gradual, ocorreu em função de três fatores.
Primeiro, a elevação da taxa básica de juros - ou Selic - que hoje é de 14,25%. Para se ter uma ideia, há dois anos essa taxa era de 8,5%.
O segundo fator seria a alta da inflação, já que alguns títulos do governo também são corrigidos por esse índice.
Além disso, os compromissos financeiros do governo também teriam crescido em função de uma série de leilões de contratos de swap cambial - instrumentos que equivalem à venda futura de dólares e que teriam custado mais de R$ 70 bilhões neste ano.
"O governo começou a fazer esses contratos, nos quais se compromete a vender dólar a um determinado valor, para ajudar as empresas endividadas em moeda americana a se protegerem. Mas como o dólar subiu muito, acabou no prejuízo", afirma Perfeito.
Salvato acrescenta o próprio crescimento da dívida como um quarto fator que também impulsiona a conta dos juros.
E um problema adicional, segundo analistas, é que se o déficit primário faz a dívida crescer e aumenta as suspeitas sobre a capacidade de o Brasil pagar o que deve, também faz com que seja mais difícil reduzir os juros.
"Isso porque os investidores pedem uma remuneração maior para assumir o risco de emprestar para o Brasil", diz Fábio Klein, economista da consultoria Tendências.
O resultado seria um ciclo vicioso em que o governo não consegue pagar a conta de juros porque ela é muito alta e, ao mesmo tempo, porque o governo não consegue pagar, os juros não cedem e a conta continua aumentando.
Comments