Expectativas Negativas para 2015 e 2016
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- 17 de set. de 2015
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Pioraram as previsões dos analistas do mercado financeiro para a inflação e a atividade econômica neste e no próximo ano, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta manhã 08/09/2015.
A mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 foi revista pela oitava semana consecutiva, de recuo de 2,26% para retração de 2,44%. Para 2016, a revisão negativa foi a quinta seguida, de queda de 0,40% para declínio de 0,50%. Se realizada a previsão, será a primeira vez desde 1930 que o país passará por dois anos consecutivos de contração da economia.
A indústria acompanha esse recuo. A estimativa para a produção do setor neste ano saiu de queda de 5,57% para decréscimo de 6%. Para 2016, o crescimento previsto deverá ser menor, de 0,72%, ante 0,89% estimado anteriormente.
Os indicadores do terceiro trimestre divulgados na semana passada vieram muito negativos. A produção industrial caiu muito mais que o esperado em julho (-1,5%), segundo o IBGE, diante da queda do poder de compra das famílias e da diminuição dos investimentos. No mês passado, o recuo pode ter prosseguido. O PMI industrial de agosto medido pela Markit atingiu 45,8 marcando recuo mais acentuado da atividade do setor que o de julho, quando ficou em 47,2. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o setor enfrenta a maior ociosidade (21,4% da capacidade instalada) dos últimos 12 anos. As consultas ao BNDES, um indicador antecedente de investimento, caíram 47% no primeiro semestre, ante o mesmo período do ano passado. O total desembolsado recuou 18% no período.
Os indicadores de demanda também seguem em retração. Nas residências, o consumo de energia teve a maior queda em julho dos últimos dez anos, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A intenção de compras das famílias medida pela FecomercioSP retraiu pelo 10º mês consecutivo em agosto. No mesmo período, o índice de vendas a prazo da CNDL recuou pela sétima vez seguida. E a atividade do varejo medida pela Serasa diminuiu 1,1% no mês passado. Os juros altos - o Copom manteve a Selic em 14,25% na semana passada - e a redução do poder de compra do consumidor devem seguir limitando a demanda. Os indicadores de confiança do comércio e dos serviços apurados pela FGV, e que também servem para acompanhar o humor das famílias, caíram de forma expressiva, 4,1% e 4,7%, respectivamente, no mês passado.
Inflação
Apesar da retração da atividade, que contribuiria para desacelerar os preços, os analistas de mercado elevaram a estimativa para o resultado do IPCA neste ano, de 9,28% para 9,29% de alta. Também subiram a projeção referente a 2016, de 5,51% para 5,58% de avanço. Em 12 meses, a mediana das previsões ficou em 5,65% de alta.
As previsões para a taxa básica de juro, a Selic, foram mantidas em 14,25% para o fim de 2015 e em 12% para o fechamento do próximo ano.
Entre os analistas Top 5, aqueles que mais acertam as previsões, a única alteração ocorreu na mediana de médio prazo para o aumento do IPCA em 2016, de 5,40% para 5,28% de alta. Para 2015, a mediana seguiu em 9,41% de elevação. A Selic deve chegar ao fim deste ano em 14,25% e no encerramento do próximo calendário em 12,13%, segundo esse grupo.
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